A Centralidade do Trabalho manifesta forte apoio à greve geral convocada para esta próxima quarta-feira (24/01) na Argentina contra os ajustes e as medidas anunciadas por Javier Milei.
Recém-empossado, Milei anunciou mais de 300 medidas de desregulação da economia, coligidas em um Decreto de Necessidade e Urgência (DNU). No texto do “megadecreto”, há um capítulo que parece propor uma reforma trabalhista, com medidas que tem como alvo os sindicatos e o direito de greve, dentre outras.
Encaminhou também para o Congresso, o famigerado “projeto de lei geral”, com um total de 664 artigos em mais de 480 páginas, compreendendo uma série de contrarreformas nas áreas política, econômica, ambiental e social. Deste compilado se destaca a privatização de 41 empresas públicas, incluindo a YPF, estatal argentina de petróleo.
Ao lançar de um só golpe uma ofensiva avassaladora contra o povo argentino, e antecipando a reação dos trabalhadores, Milei também pretende impor um protocolo que visa restringir o direito de manifestação social, dando maior liberdade de repressão às forças de segurança.
Desde então o povo argentino tem ocupado as ruas contra as medidas de Milei. Seguindo o clima das ruas, e após forte pressão dos setores mais radicais da esquerda, as lideranças sindicais convocaram para esta quarta-feira uma paralisação nacional.
Sindicatos e organizações políticas de esquerda no Chile, México, Uruguai, França, Espanha, Holanda também organizam para esta quarta atos de solidariedade à greve geral na Argentina. No Brasil, as centrais sindicais CSP-Conlutas, CUT e CTB, junto com organizações de esquerda, estão convocando ações em diversas partes do país. As manifestações de solidariedade terão concentração nos consulados argentinos em várias capitais. No Rio de Janeiro às 14h, e em São Paulo, às 17h.
A Centralidade do Trabalho se soma a essa convocação e reitera o seu total apoio à luta dos trabalhadores argentinos. Que a luta dos trabalhadores contra a extrema-direita e as medidas de ajuste econômico dos governos liberais em diversos países funcione como alavanca para fortalecer a organização internacional da classe trabalhadora e promover uma maior articulação das organizações revolucionárias de todo o mundo.