Logo

Nota de Solidariedade ao deputado federal Glauber Braga

Nos últimos dias, as mídias liberais e reacionárias têm alardeado a expulsão de um membro do MBL da Câmara Federal pelas mãos (e pés) do deputado federal Glauber Braga na última terça-feira (16/04). Os articulistas de direita têm imprimido em suas matérias a linha de uma condenação pretensamente indignada do uso da violência pelo deputado em específico e, de maneira indireta, pela esquerda em geral. Sendo o mais lamentável nesta condenação genérica a “todo tipo de violência” coordenado pela direita brasileira, a influência lograda sobre as alas mais liberais da esquerda que, ou optaram por contemporizar ante o fato, ou mesmo por se omitir.

 

Em contrapartida, diversas organizações políticas, sindicatos e movimentos sociais manifestaram, e continuam manifestando, sua solidariedade a Glauber Braga, bem como apoio à sua reação justa contra o incessante assédio e tentativa de intimidação que vem sofrendo por parte do MBL. A Centralidade do Trabalho vem por meio desta nota se somar ao movimento de solidariedade e apoio a este imprescindível combatente do campo socialista, e aproveitar o ensejo para colocar o debate sobre a violência em seu devido lugar.

 

A notória retidão e popularidade da atuação parlamentar de Glauber Braga na defesa intransigente dos interesses da classe trabalhadora obrigou a imprensa reacionária a fornecer ao público um mínimo de contexto para o fato em questão, a partir do qual fica absolutamente nítida a perseguição que o referido membro do MBL vem exercendo sobre o mandato de Glauber, mas também de outros parlamentares do PSOL.

 

No caso específico, a canalha do MBL tem mobilizado um desocupado da sua laia com o intuito reiterado de transtornar a prestação de contas aberta ao público que Glauber realiza semanalmente no Largo da Carioca, no centro do Rio de Janeiro. Por semanas consecutivas, este elemento e seus cupinchas tem escrachado, xingado e ameaçado Glauber e os militantes presentes no local, com a intenção clara e barata de colher conteúdo para alimentar a rede de narrativas falsas e deturpadas que sempre caracterizou o modus operandi do MBL.

 

Neste ponto, devemos sempre lembrar o caráter desse modus operandi e a laia dos que dele se servem: como Gabriel Monteiro, acusado de pedofilia e estupro, ex-vereador cassado e ex-PM desligado, que se utilizava do cargo de policial para armar operações fraudulentas no intuito de alimentar suas redes sociais e se promover politicamente; como Arthur do Val, o infame “Mamãe Falei”, ex-deputado estadual por São Paulo cassado por quebra de decoro parlamentar devido a seu comentário tornado público sobre as refugiadas ucranianas, de que elas seriam “fáceis” por serem pobres, e que foi alçado originalmente a figura pública por abastecer as suas redes sociais a partir de ciladas armadas e filmadas onde provocava abertamente militantes e políticos de esquerda para se promover; e também como o atual deputado federal Kim Kataguiri, conhecido por vídeos de deturpação histórica, de fake news, e por ter defendido abertamente a descriminalização do nazismo. Este é o caráter filonazista, misógino e reacionário dos integrantes do MBL. Este é o modus operandi tipicamente fascistóide, de intimidação, de assédio, e, não raro, de violência física desse grupo de marginais políticos legalizado.

 

Pois bem, o estopim ocorreu em Brasília, nos corredores da Câmara dos Deputados, quando o perseguidor contumaz transcendeu os limites da provocação ao insultar a honra da mãe de Glauber Braga. O restante ficamos sabendo pela filmagem divulgada nos noticiários, onde Glauber Braga, com uma moderação desproporcional ao que a gravidade da ofensa e o acúmulo de hostilidades sofridas lhe impunham, escorraçou o assediador para fora da Câmara com suaves empurrões e alguns pouquíssimos pontapés. Ao que a direita, com a hipocrisia que lhe é tão peculiar, se apressou a bradar: violência!

 

Aqui, devemos começar por questionar: o que o meliante do MBL estava fazendo no prédio da Câmara? Quem permitiu o acesso? Um militante de esquerda teria a mesma liberdade para interpelar políticos de direita? Por que os seguranças da Câmara, percebendo a hostilidade de um civil a um parlamentar, não foram os responsáveis pela expulsão? Teriam os seguranças tamanha brandura na expulsão de um militante de esquerda, de um trabalhador?

 

Sabemos bem que as forças que possuem o monopólio oficial da violência possuem também um caráter de classe, e que, quando essas forças são acionadas contra os trabalhadores e políticos de esquerda, nenhum alarde é percebido nas mídias liberais e reacionárias, ou por parte dos políticos de direita. É um conhecimento histórico aprendido a duras penas pelos socialistas que a violência praticada pelo aparelho repressor do Estado só é legitimada quando a vítima representa a classe trabalhadora. Sabemos, por isso, que os trabalhadores e todos os que lutam pela sua emancipação do jugo do capital, mas também contra as agressões físicas e políticas da extrema-direita, devem articular por si mesmos a sua própria autodefesa. Glauber Braga apenas forneceu ao campo socialista o exemplo de conduta: na ausência de forças de segurança oficiais do Estado para nos defender, devemos nós, a organização política dos trabalhadores, desempenhar nossa própria força de segurança.

 

O Partido Liberal, de Bolsonaro, após o ocorrido, protocolou imediatamente um pedido de cassação de Glauber Braga no Conselho de Ética da Câmara. Nesse momento, nenhuma dúvida, hesitação, ou titubeio é permitido ao campo socialista na defesa do mandato do camarada Glauber Braga, tornado frente de batalha e bastião dos trabalhadores no interior da institucionalidade burguesa.

 

A classe trabalhadora brasileira sofre diariamente todo tipo de violência por parte do Estado burguês, desde a mais branda até a mais vigorosa; fardo que é muitas vezes transposto aos seus representantes políticos. As ações supostamente violentas de Glauber Braga não requerem nenhum arrependimento, desculpa ou justificativa; mas tão somente uma séria reflexão por parte do campo socialista sobre a necessidade de organizar de maneira competente e qualificada a autodefesa dos trabalhadores e de suas lideranças contra as agressões do Estado e da extrema-direita protofascista.

 

Todo apoio ao camarada Glauber Braga!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

cropped-CT-perfil.png

Inscreva-se para receber nossos conteúdos

cropped-CT-perfil.png